terça-feira, 19 de maio de 2009

APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA BANDA ECCO EDIFICANTE -NORDESTE

É a actual decana das Bandas civis micaelenses.
Efectuou com brilhantismo a sua estreia no domingo 23 de Abril do ano de 1861, na festa religiosa com procissão do orago da Vila de Nordeste «São Jorge» evocando-o ela, igualmente seu patrono.
Deve a sua fundação ao dinâmico Prior da Matriz: - Padre Jacintho Félix Machado e ao seu grande amigo o micaelense Morgado José Jácomo Correia. Que ofereceu o respectivo instrumental para além de um riquíssimo estandarte bordado a oiro, tendo ao centro as armas de São Jorge, o qual ainda hoje existe.
Fizeram parte da sua primeira direcção o Morgado José Jácomo Correia, Presidente, o Prior Jacintho Félix Machado, Vice-Presidente, Manoel Pereira de Resende como Secretário e António Alves de Oliveira como Tesoureiro e também primeiro Maestro.
Sob a sua batuta, foi esta considerada uma das melhores do deu tempo, tendo dado muitos concertos aos domingos na Igreja Matriz de São Jorge com as operas de Verdi e outros,
A primeira peça tocada foi composta por ele e chamava-se «Dos Franganotes».
Os seus músicos eram recrutados das figuras mais destacadas do Nordeste e seus arredores, e a sua farda era composta por jaquetões, calças pretas e chapéus de coco.
Para melhor garbo da mesma chegaram a fazer exercícios de treino numa propriedade particular.
O afamado Padre-Cantor Francisco Horta compôs o Hino da Eco Edificante sendo a letra do Padre Manuel Medeiros Franco.
O Sr. António Alves de Oliveira, cavalheiro de elevado destaque e membro do Partido Regenerador, que dominava como ninguém a politica do seu tempo, acicatava com empregos os bons músicos para tocarem na «sua banda».
Sob a batuta de Manuel Bento Pacheco a banda continua o seu brilhantismo. Para o comprovar, citemos pois, dois episódios:
«Em viagem de estudo passou pela nossa Ilha, devido a uma avaria num transatlântico, um critico musical francês, apreciado colaborador de diversas revistas da especialidade, para as quais cantava melodias inéditas dos folclores dos povos que propositadamente visitava. Na sua forçada estadia em São Miguel, ouviu falar muito da banda da Vila de Nordeste, e dos elogios do seu regente, o dito veio visitar o Nordeste e escreveu: - “ Nunca julguei ouvir, num afastado lugarejo pobre daquela Ilha dos Açores as Fugas de Bach tão bem executadas sob a batuta de um organista de dedos tortos”».
«Em Fevereiro de 1900, Manuel Bento Pacheco, ao ter conhecimento do falecimento do seu grande amigo Firmino Medeiros Borges, compõe uma Marcha Fúnebre a lápis (pois o tempo não dera para mais) que a banda executa de forma brilhante, tendo sido a partitura e demais partes religiosamente recolhidas no ataúde do malogrado homenageado fazendo desta feita eco o jornal «Persuasão» no seu nº. 1989 editado em Ponta Delgada.
Com o desaparecimento de António Alves de Oliveira e de Manuel Bento Pacheco a filarmónica passa por períodos conturbados. No entanto, nunca perdeu o seu brilhantismo.
No ano de 1946, mais propriamente no mês de Abril, por ocasião do 4º. Centenário da Cidade de Ponta Delgada sob a batuta de Aires Félix Machado, a filarmónica participa com brilhantismo na parada comemorativa daquele centenário, disto fazendo eco o «Jornal Açores» na sua edição 350.
Na década seguinte, sob a batuta de João Paulo Figueiredo, obtém um honroso 3º. lugar num concurso de bandas no coliseu micaelense.
Em 1991, a Filarmónica sai pela 1ª. Vez da ilha tendo ido à Madeira, mais propriamente a São Vicente, participar na festa do Santíssimo Sacramento onde actuou com brilhantismo. Deslocando-se pessoas de toda a ilha para ouvir os concertos que esta fazia, sob a batuta do Maestro Dionísio Amaral Borges. Tendo há 2 anos, regressado aquela Ilha e actuado com igual brilhantismo.
Já foi por diversas vezes ao Continente Português, a outras ilhas dos Açores, visitou por 2 vezes as comunidades de Emigrantes dos EUA e Canadá, participou no Festival de Musica de Castelon em Espanha.
Possui 2 CDs gravados sob a batuta de Yuri Pankiv, onde se podem ouvir, algumas peças compostas por um antigo Maestro e filho desta Terra, Eduardo Lima Raposo.
Para além dos maestros já mencionados, ainda dirigiram esta filarmónica os maestros Ernesto M Borges, José Amaral (natural de Nordeste) e António Carreiro.
Sob a batuta do Maestro António Ventura, a filarmónica começa como no início da sua actividade musical a efectuar consertos nas igrejas, tendo actuado com brilhantismo nas Igrejas paroquiais de Nordeste, Pedreira e Santo António Nordestinho.
É com este maestro e com a participação de alguns músicos que é começado o arquivo com o inventário musical pertença da filarmónica.
Também por sugestão do então Director da Cultura a filarmónica torna-se CCD Centro Cultural e Desportivo,
É feito o primeiro Regulamento com que se passarão a reger os seus executantes, colmatando uma lacuna que se fazia sentir.
Tem participado em diversas festividades na ilha de são Miguel.
Actualmente é dirigida pelo Maestro Rogério da Silva, e possui 35 elementos.

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