quarta-feira, 20 de maio de 2009

Uma Estória sobre a Banda "Eco Edificante"

Contaram-me uma estória passada com esta Filarmónica que vale a pena ser divulgada. Como todas as estórias, foi passada de "boca em boca" ao longo dos tempos e não tem por isso um caráter de veracidade indiscutível, porquanto já diz o povo com a sua sabedoria "que quem conta um conto acrescenta um ponto".

Mas vamos ao que interessa:

Conta-se que os responsáveis pelas Cerimónias do padroeiro da Vila de Nordeste, "S. Jorge" no final do século XIX ou prncípios do século XX, convidaram uma das bandas da cidade (Ponta Delgada) para abrilhentarem as referidas festevidades. A Filarmónica "Eco Edificante" estava no seu auge e era formada em grande parte por funcionários públicos, fardados com Fraque como descreve o artigo do J. Araújo. Mas a aparência era o menos importante, porque de facto a qualidade dos seus Maestros e dos seus Executantes faziam dela senão a melhor uma das melhores Bandas Micaelenses. Conta-se que os músicos da Filarmónica de P. Delgada viajaram de Barco para o Nordeste, pois por caminhos e veredas naquele tempo, eram dois dias de viagem.

Depois da espinhosa subida do Porto até à Nazaré estes formaram não sei se fardados ou não, e ao toque do bombo iniciaram o "Ordinário da prache aé ao Miradoiro do mesmo nome, aonde eram esperados pela nossa Banda, que se encontrava aí para dar as Boas vindas aos forasteiros. Conta-se que o Alinhamento o Aprumo e a Forma como estavam vestidos, fez logo calafrios aos visitantes e as primeiras fifias do Ordinário vieram ao de cima.
Mas quando a banda "Eco Edificante" encetou a sua primeira peça de Boas Vindas, os visitantes ficaram de tal modo perturbados, que se deslocaram até ao centro da Vila em Silêncio total. Aí dispersaram e com instrumentos e tudo, visitaram as muitas tascas preparadas para as festevidades e conscientes de tanta desigualdade, afogaram as suas máguas e vergonha no Vinho de Cheiro, Agua-Ardente e outras Bebidas espiretuosas, acabando por não se integrarem na Procissão ao Santo Padroeiro para que tinham sido convidados.

Eu vendo este peixe pelo preço que o comprei e não quero receber mais valias por isso. Mas as estórias populares têm sempre um fundo de verdade e o que aqui quero realçar foi que a Filarmónica "Eco Edificante" edificou de facto e julgo saber que continua a fazê-lo a Honra de todos os Nordestenses.

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